Viajavam à velocidade de Warp 7, em direcção ao sistema Manowar. A missão era
vital, pelo que o Capitão Kirk ordenava a Mr. Scotty que não poupasse os motores.
Mr. Sulu fazia o possível para se desviar dos asteróides, enquanto Mr. Spock analisava
os níveis de radiação provenientes da explosão. Uhura tentava contactar possíveis
sobreviventes.
A tensão estava à flor da pele, a preocupação estampada nos rostos de todos. O tempo
esgotava-se.
Cláuio Ramos criticava os penteados da tripulação.
A Enterprise sacudia e estremecia devido à pressão imposta pela velocidade. O Dr. McCoy
irrompeu pela ponte, exclamando:
- Diabos, Jim, não consegues manter a nave mais estável ? Tenho doentes na enfermaria
que dispensam toda esta comoção!
Cláudio Ramos, chocado pelo conjunto Botas+farda do médico de bordo, olhou na direcção oposta.
O Cap. Kirk respondeu:
- Desculpa, Bones , mas temos que viajar o mais rápido possível! Acabou de explodir uma central de transformação de cristais de dilithium, no sistema de Manowar. Quanto menos tempo demorarmos a lá chegar, mais hipóteses temos de encontrar sobreviventes!
- No sistema de Manowar? Em que planeta?
- No planeta Kings of Metal!
- Meu Deus, homem, isso é colado à Zona Neutra!
Uhura continuava a tentar contacto:
- Capitão Merton , Capitão Merton , daqui fala a Enterprise , consegue ouvir-me?
Capitão Merton...
Não conseguiu terminar a frase; a Enterprise foi violentamente abalada por um forte impacto!
As Luzes apagaram-se , labaredas e faíscas saltaram dos instrumentos e, antes que alguém conseguisse pensar, a Enterprise foi sacudida novamente por outro estrondo ainda mais violento! Todos os tripulantes foram projectados alguns metros antes de caírem no chão.
Era evidente que eram alvos de um ataque.
Cláudio Ramos levantou-se, penteando-se.
O Capitão Kirk ordenou :
- Mr. Sulu, levante os escudos e reduza para velocidade de impulso! Mr. Spock , analize !
- Estamos a ser atacados por uma Ave de Rapina Klingon, Capitão. - retorquiu Spock.
- Não conseguimos levantar escudos, Capitão! Não temos energia suficiente! - Exclamou Sulu.
- Mr. Scott ! - Disse Kirk - Precisamos de energia rapidamente !
- Agora não consigo capitão ! - Respondeu Scotty - Eles atingiram-nos em cheio !
- Significa que estamos à mercê... , mantenha a posição, Sulu ! - disse Kirk - Ainda não estamos vencidos.
Cláudio Ramos bateu palmas ao Capitão, toda a gente olhou para ele.
Fez-se silêncio na ponte.
Uhura interrompeu o silêncio :
- A nave Klingon está a contactar-nos, Capitão.
- Muito Bem - respondeu Kirk - Mr. Scott, parece que temos um ou dois minutos! Faça o melhor que puder, precisamos de energia!
- Aye Sir ! - disse Scotty de imediato.
- Uhura, passe para o Monitor! - Ordenou Kirk.
No monitor surgiu uma figura sinistra , sentada na cadeira de comando da Ave de Rapina. A figura pronunciou-se:
- O meu nome é Zédobó Né; sou o capitão desta Ave de Rapina. Recebi ordens do nosso presidente para tomar como prisioneiro o Capitão da Enterprise. Vou levá-lo para o planeta Klingon !
- Posso saber o que o presidente quer de mim ? - perguntou Kirk.
- Ele dir-lho-á quando chegar.
- Muito bem, e se eu não aceitar a proposta ?
- A Enterprise será destruída. Até prefiro que não aceite...
- Capitão Né, a nossa missão na Zona Neutra é de paz. Viemos para auxiliar...
- Este debate esgotou-se, Kirk.
Kirk não precisou de ponderar:
- Muito bem , eu vou, mas dê-me dois minutos, quero dar as ordens finais à tripulação.
- Dou-lhe cinco minutos, Kirk. Assim, também tem tempo para se despedir...
A comunicação foi interrompida. A ponte da Enterprise ficou novamente silenciosa.
Cláudio Ramos desdenhava a mini-saia de Uhura.
Kirk saíu da ponte com Spock.
No elevador, em direcão à sala de transporte, Spock disse :
- Capitão, tenho um plano.
- Sou todo ouvidos, Spock - Disse Kirk , só tarde de mais reparando nas orelhas do seu oficial.
- Em cinco minutos, o Mr. Scott consegue pelo menos recuperar energia para os escudos.
Seremos capazes de restabelecer a nossa defesa.
- Como é que isso nos vai ajudar ? Quanto muito, suportaremos mais um ataque. Depois, ficamos novamente indefesos e o Capitão Né será impiedoso.
- Correcto, Capitão. Nem sequer teremos energia para disparar.
- Então, afinal qual é o seu plano, Mr. Spock ?
- Dois dos nossos Vai-vem estão carregados com explosivos; era uma carga de dinamite para a pedreira dos Húngaros. Como fomos chamados de urgência para esta missão, não tivemos tempo de os descarregar.
- Começo a perceber...
- Poderemos pilotá-los remotamente. O primeiro Vai-vem explodirá junto do escudo da Ave de Rapina, eliminando-o, e...
- E o segundo - continuou Kirk - atravessará o escudo e poderemos detoná-lo junto aos motores, causando uma reacção em cadeia! Mas, Spock...
- Diga, Capitão.
- Os Klingon terão tempo para destruir os Vai-vem antes que estes cheguem perto deles.
- Não se criarmos uma diversão, Capitão.
- Uma Diversão ?
- Algo que os distraia da presença dos Vai-vem; só precisamos de 30 segundos.
- Sim... Teleporto-me para a ponte começo uma luta com os oficiais. Deverá bastar.
- É uma boa ideia. Mas esse homem não pode ser o Capitão. Se o nosso plano falhar, os Klingon ficam consigo; é imperativo que tal não aconteça.
- Tem razão, Spock.
- Com muito gosto tomaria o seu lugar, mas eu e o Mr. Sulu somos os únicos qualificados para pilotar as naves à distância. Outro homem deverá ser escolhido. Esse homem deverá também vestir a sua farda; se os Klingon perceberem que ele não é o Capitão Kirk, compreenderão o embuste.
- Não quero enviar um dos meus homens para a morte, Spock.
- É uma vida ou quatrocentas, capitão. E sabe tão bem quanto eu que a Enterprise não seria poupada, mesmo se o Capitão obedecesse.
- Sim. Infelizmente, não temos outra saída.
- O Capitão deve escolher quem vai ser teleportado.
- Sim, mas quem irei sacrificar?
- Se me permite, a escolha lógica seria Claudio Ramos, o chefe da segurança.
- Correcto, o homem mais habilitado em combate armado. Chame-o, Spock.
Spock e Kirk já estavam na sala de transporte. Kirk estava a despir a farda, quando entrou na sala o chefe de segurança. Ao ver o capitão em cuecas, sorriu:
- Chamaram-me para ... ?
- Dispa a farda, Soldado. - ordenou Kirk.
Cláudio Ramos voltou a sorrir:
- Não sei se estou a compreender, Capitão ...
- Claudio, vista a minha farda! Pegue neste phaser, vamos teleportá-lo para a nave Klingon.
Precisamos que crie uma diversão por pelo menos 30 segundos.
- Porquê eu, Capitão?
- Precisamos da sua habilidade. Precisamos que salve a Enterprise!
- Mas...
- Agora, soldado!
- Sim, Capitão!
Num ápice, Cláudio Ramos despiu a farda vermelha. Mais depressa ainda, ficou preparado para ser teleportado com a farda verde do capitão.
- Claudio... - disse Kirk.
- Sim, Capitão?
- A Enterprise precisa de 30 segundos. Dê-lhes 29 segundos de inferno. Puxá-lo-emos no último segundo.
- Sim, Capitão!
Ao ser teleportado, Claudio apertava com força o phaser que tinha na mão.
Assustado, tentava planear uma manobra de diversão eficaz.
O Teleporte foi efectuado. Cláudio Ramos materializou-se na ponte klingon e imediatamente começou a dançar. Com o cano do phaser metido na boca, lentamente desapertava a camisa e o cinto das calças.
Os oficiais Klingon observavam aquele espectáculo de boca aberta. Foi o tempo suficiente para levar a cabo a missão estabelecida, sendo a nave Klingon totalmente destruída.
A Enterprise ainda tentou recuperar o chefe de segurança, mas quem conhece a série de televisão, sabe que ele nunca se safa.
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